Pela minha janela estreita invade um barulho perturbador de gente.
Acendo um incenso e sua fumaça se mistura com a do meu cigarro me protegendo do cheiro escroto que as ruas exalam.
A cada tragada eu me livro do gosto insuportavelmente doce da futilidade e do desgosto da miséria - que almeja, tão inocente, ser doce de arranhar a garganta.
quarta-feira, 15 de fevereiro de 2012
Como se fosse um relógio
Acendo mais um cigarro
Mas ele vai acabar
E você não vai aparecer.
Como se fosse um vício
Olho mais uma vez no relógio
Mas a agoniar vai continuar
E você não vai…