Eu gostava de quando implicavas com a minhas desculpas. “Não há culpa, menina”. “Desculpa, não pedirei mais”. E assim você ria e reclamava da carga de culpa que eu carrego sem precisar.
Minha parte preferida é “assim você ria” - e que riso mais gostoso.
O imperfeito do pretérito não combina com o carinho que eu sinto no presente.
Eu não gostei apenas. Eu não gostava apenas. Continua.
Independente se não implica, se não ri e se não reclama. Continua. E eu sorrio.
Pois se o imperfeito não cabe aqui, o perfeito deixa espaços. Há muito mais.
E eu continuo sorrindo, porque há e não apenas houve e nem apenas havia.
Eu continuo gostando.
Falta-me o riso. E como falta-me.
Mas sei que ele existe, e aí só resta o "me", porque não falta. E sabe, até que me dou bem com o "me" e com a ausência da falta.
Só que as vezes muito "me" me sufoca ou só sufoca. E a falta, a falta aparece.
Não, não é só falta não. Falta-me você.
Com tanta mudança, o que permanece é o que modifica. E não sei, repetindo a mania da desculpa, eu te agradeço. Não te agradeci e nem te agradecia.
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