quarta-feira, 27 de julho de 2011

Se puder sem medo


Traz uma xícara de café e senta aqui. Se você achar que eu mereço, senta perto de mim. Eu não quero saber como foi o teu dia e muito menos fingir que a tua presença me alegra. Já estou exausta disso.
Olha essa foto, nós dois ficamos tão lindos juntos, não é?! Pois bem, a beleza também tem me cansado, ela requer tanto esforço. A beleza a que eu me refiro é essa que vemos aos montes por aí. Montagem artificial, igual a dessa nossa foto.
Não me olhe com essa cara assustada, você bem sente o que eu estou falando e se você não percebe é porque está muito ocupado colocando qualidades inventadas em mim. Eu não quero mais carregar a responsabilidade de ser como você diz que eu sou em todos os elogios (adoçados com as tuas fantasias) a que me dedicas.
Alcança-me teu isqueiro, não sei onde deixei o meu. Ah, não me pergunte também aquilo que você não deseja saber. Tire suas conclusões sozinho. Aliás, qual é o teu problema com a solidão? Você tem medo de ficar apenas contigo mesmo? Bom, medo eu não tenho, só me falta mais paciência. Convergimos para uma mesma coisa, não queremos ficar contigo.
Erga esse olhar, deixe que ele encontre com o meu. Vê? Não estou mentido. Estou me libertando. Confesso que admiro sua força, sei que minhas palavras são duras. Mas sabe, eu quero ser feliz. Eu quero sorrir para mim também, não só para você. 
É isso, mas se quiser, conte-me como foi o teu dia. 

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